Porque hoje não é
O Dia Mundial da Criança
(Para lavar a alma, recomendo que oiçam a música toda)
O grau de desenvolvimento de civilização de um povo, é fundamentalmente aferido, independente das outras características que para ele concorrem, pelo seu grau de Evolução, pelo que só podemos entender por civilização, embora aceitemos a sua diversidade cultural, quando os valores que lhe são intrínsecos se baseiem na humanização das populações.
Assim sendo, se considerarmos Evolução, a sublimação do animalesco em prole da humanização, podemos definir Evolução como a substituição da individual agressividade dos instintos primários, pelo respeito pelo colectivo, onde os valores individuais de cada um são respeitados e valorizados.
Estes pressupostos, infelizmente, não são os adoptados para consubstanciar civilização, mas o nível tecnológico atingido, ficando o conceito evolutivo, acima descrito, comprometido pelo conceito evolutivo/tecnológico, paradigma das modernas sociedades.
A tecnologia é que passa a definir o grau de civilização, dissociando-o da própria Evolução humana, do que resulta, para uma boa parte de população, viver em dois tempos diferentes, o actual tecnológico e um passado ainda por evoluir.
Saber utilizar as tecnologias postas à nossa disposição, não quer dizer que sejamos pessoas evoluídas, caso o comportamento apresente um déficit evolutivo. Não é por se vestir um fato e por gravata a um selvagem que ele o deixa de ser.
Uma das manifestações da falta de Evolução, é o desprezo pela condição da criança, que devido à sua fragilidade se torna um alvo preferencial para actuação da parte animalesca residual que não foi superada.
Usurpada do seu estatuto de ser privilegiado, é abusivamente utilizada passando pela degradação e o ignóbil, que concorrem muitas vezes para a sua destruição.
Interrogo-me muitas vezes de como é possível tratar as crianças de forma tão cruel. Que espécie de pessoa estará por detrás de tais actos. Será mesmo pessoa? Ou um bicho com forma de gente? Um predador é de certeza.
Não existe um perfil definido do predador, ele aparece inserido praticamente em todos os grupos sociais, em todos os povos, independentemente do grau de civilização assumido. Muitos actuam para satisfação própria, outros utilizam os mais diversos pretextos para justificar os seus actos.
Se os predadores fossem poucos, poderíamos até considerá-los como aberrações da própria sociedade, mas o seu elevado número, leva-nos a pensar de que não estamos em presença da excepção, mas de algo muito mais preocupante, que vivemos numa sociedade mista formada por indivíduos com diferentes graus de Evolução, que a tecnologia, só por si, não consegue superar a diferença.
Se por um lado, não consigo justificar de outra forma a existência do abominável predador, por outro, o que passivamente assiste à sua acção deixa-me, no mínimo, apreensivo.
Salvo as excepções que fundamentam a regra, parece que o mundo está divido entre os que fazem mal e os que pela sua passividade consentem, como se de uma escala evolutiva se tratasse.
Tamanha indiferença até parece obsceno, onde a definição do importante, não é o resultado do discernimento dos sentimentos, mas a dependência do egoísmo.
Como é que alguém, verdadeiramente civilizado, pode ficar insensível?
Aos maus-tratos a que crianças são sujeitas pelos pais, que podem atingir formas sádicas e até culminarem com morte delas.
Aos maus-tratos a que as crianças são sujeitas pelas instituições.
Ao repúdio social e abandono à sua sorte.
À sujeição das crianças a sórdidas satisfações sexuais que podem chegar a incluir meninos de muito tenra idade. Não aceito como doente uma mente que sente prazer em ter relações sexuais com crianças, só a irracionalidade faz sentido.
À exploração das crianças pelo trabalho miseravelmente pago, onde muitas vezes é obrigada a executar tarefas perigosas ou de esforço físico superior às suas capacidades. Mas a maldade é tão imensurável que pode chegar à escravatura. Segundo o último senso, existem no mundo cerca de 200 milhões de crianças escravas.
Ao menino soldado. É com horror que assistimos ao ignóbil recrutamento de crianças para engrossarem as fileiras das guerrilhas. Ludibriando a ingenuidade, nalguns casos, ou pelo rapto, noutros, a criança é tornada refém do grupo guerrilheiro, que a obriga a trocar o brinquedo pela arma. O seu fim é mais que previsível.
Às intifadas, onde elas são os protagonistas. Meninos armados de pedras de um lado, contra modernas e mortíferas armas do outro. O desfecho, muitas das vezes, tende a ser um banho de sangue da ingenuidade.
Também ao recrutamento de suicidas que procura, cada vez mais, os “voluntários” nas camadas mais jovens da população.
À guerra onde os beligerantes reivindicam o direito aos efeitos colaterais, mesmo sabendo que as maiores vítimas desses efeitos, são as crianças.
E se isto tudo não ferir a sensibilidade, que dizer do elevado número de crianças que morre, de forma horrível, todos os dias à fome, só porque nós lhe negamos as nossas sobras.
Ao que estão sujeitas as queridas crianças do Mundo, que por não serem os nossos filhos, são perfilhadas pela indiferença.
E o mundo o que é que faz? Para lavar as mãos, hipocritamente, dá-lhes uma Carta de Direitos. E nós? Choramos lágrimas de crocodilo.
O Dia Mundial da Criança
(Para lavar a alma, recomendo que oiçam a música toda)
O grau de desenvolvimento de civilização de um povo, é fundamentalmente aferido, independente das outras características que para ele concorrem, pelo seu grau de Evolução, pelo que só podemos entender por civilização, embora aceitemos a sua diversidade cultural, quando os valores que lhe são intrínsecos se baseiem na humanização das populações.
Assim sendo, se considerarmos Evolução, a sublimação do animalesco em prole da humanização, podemos definir Evolução como a substituição da individual agressividade dos instintos primários, pelo respeito pelo colectivo, onde os valores individuais de cada um são respeitados e valorizados.
Estes pressupostos, infelizmente, não são os adoptados para consubstanciar civilização, mas o nível tecnológico atingido, ficando o conceito evolutivo, acima descrito, comprometido pelo conceito evolutivo/tecnológico, paradigma das modernas sociedades.
A tecnologia é que passa a definir o grau de civilização, dissociando-o da própria Evolução humana, do que resulta, para uma boa parte de população, viver em dois tempos diferentes, o actual tecnológico e um passado ainda por evoluir.
Saber utilizar as tecnologias postas à nossa disposição, não quer dizer que sejamos pessoas evoluídas, caso o comportamento apresente um déficit evolutivo. Não é por se vestir um fato e por gravata a um selvagem que ele o deixa de ser.
Uma das manifestações da falta de Evolução, é o desprezo pela condição da criança, que devido à sua fragilidade se torna um alvo preferencial para actuação da parte animalesca residual que não foi superada.
Usurpada do seu estatuto de ser privilegiado, é abusivamente utilizada passando pela degradação e o ignóbil, que concorrem muitas vezes para a sua destruição.
Interrogo-me muitas vezes de como é possível tratar as crianças de forma tão cruel. Que espécie de pessoa estará por detrás de tais actos. Será mesmo pessoa? Ou um bicho com forma de gente? Um predador é de certeza.
Não existe um perfil definido do predador, ele aparece inserido praticamente em todos os grupos sociais, em todos os povos, independentemente do grau de civilização assumido. Muitos actuam para satisfação própria, outros utilizam os mais diversos pretextos para justificar os seus actos.
Se os predadores fossem poucos, poderíamos até considerá-los como aberrações da própria sociedade, mas o seu elevado número, leva-nos a pensar de que não estamos em presença da excepção, mas de algo muito mais preocupante, que vivemos numa sociedade mista formada por indivíduos com diferentes graus de Evolução, que a tecnologia, só por si, não consegue superar a diferença.
Se por um lado, não consigo justificar de outra forma a existência do abominável predador, por outro, o que passivamente assiste à sua acção deixa-me, no mínimo, apreensivo.
Salvo as excepções que fundamentam a regra, parece que o mundo está divido entre os que fazem mal e os que pela sua passividade consentem, como se de uma escala evolutiva se tratasse.
Tamanha indiferença até parece obsceno, onde a definição do importante, não é o resultado do discernimento dos sentimentos, mas a dependência do egoísmo.
Como é que alguém, verdadeiramente civilizado, pode ficar insensível?
Aos maus-tratos a que crianças são sujeitas pelos pais, que podem atingir formas sádicas e até culminarem com morte delas.
Aos maus-tratos a que as crianças são sujeitas pelas instituições.
Ao repúdio social e abandono à sua sorte.
À sujeição das crianças a sórdidas satisfações sexuais que podem chegar a incluir meninos de muito tenra idade. Não aceito como doente uma mente que sente prazer em ter relações sexuais com crianças, só a irracionalidade faz sentido.
À exploração das crianças pelo trabalho miseravelmente pago, onde muitas vezes é obrigada a executar tarefas perigosas ou de esforço físico superior às suas capacidades. Mas a maldade é tão imensurável que pode chegar à escravatura. Segundo o último senso, existem no mundo cerca de 200 milhões de crianças escravas.
Ao menino soldado. É com horror que assistimos ao ignóbil recrutamento de crianças para engrossarem as fileiras das guerrilhas. Ludibriando a ingenuidade, nalguns casos, ou pelo rapto, noutros, a criança é tornada refém do grupo guerrilheiro, que a obriga a trocar o brinquedo pela arma. O seu fim é mais que previsível.
Às intifadas, onde elas são os protagonistas. Meninos armados de pedras de um lado, contra modernas e mortíferas armas do outro. O desfecho, muitas das vezes, tende a ser um banho de sangue da ingenuidade.
Também ao recrutamento de suicidas que procura, cada vez mais, os “voluntários” nas camadas mais jovens da população.
À guerra onde os beligerantes reivindicam o direito aos efeitos colaterais, mesmo sabendo que as maiores vítimas desses efeitos, são as crianças.
E se isto tudo não ferir a sensibilidade, que dizer do elevado número de crianças que morre, de forma horrível, todos os dias à fome, só porque nós lhe negamos as nossas sobras.
Ao que estão sujeitas as queridas crianças do Mundo, que por não serem os nossos filhos, são perfilhadas pela indiferença.
E o mundo o que é que faz? Para lavar as mãos, hipocritamente, dá-lhes uma Carta de Direitos. E nós? Choramos lágrimas de crocodilo.